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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Construtores

Aceitar os próprios limites, vivenciar o presente cria harmonia, pacifica e permite construir, organizar o que está à volta. Da simples limpeza de móveis à organização de sociedades enquanto deveres, direitos e justiça, encontramos harmonia, tranquilidade, certeza. É a confiança, a regularidade do que está diante - que independe da manipulação e conveniência - que realizam condições de estar em tranquilidade. Não discutir direitos, pois tudo é legítimo, estabelece certezas. A finalidade, o ter que conseguir não são fundamentais, os processos ocorrem e são definidos e realizados pelas suas próprias condições e contradições. Saber que a realização de funções depende das estruturas existentes, que alterá-las em função de resultados, quebra a sequência e legitimidade de ocorrências, faz com que impere satisfação, segurança, sinceridade, sem mentiras, sem estratégias; se vive o que acontece e cada contradição indica nova direção, desafio este percorrido como novo assunto, esclarecedor

Resíduos

Apoderando-se de tudo que pode significar lucro e inserção social, as pessoas utilizam conhecimentos, vivências e exploração de outros em tal escala, que de repente o utilizado é apenas resíduo repetitivo de regras, propaganda e incentivo à cidadania cooptada por interesses eleitorais, pseudo democráticos. Assistir às explicações dadas pelas redes de TV em relação a como proteger a saúde, adquirir cultura e ter participação cidadã, é assistir a uma infinita quantidade de modelos, que quando arrebatados e armados, organizados pela população social, cultural e economicamente carente, cria híbridos de difícil reconhecimento. Surgem coisas novas: regras e clichês passados de um para o outro, onde, por exemplo, o “ ter atitude ” (copiando frase muito usada em desfiles de moda) é conseguir não manter criatórios dos mosquitos da dengue. Os resíduos sociais da ignorância das questões médicas, quando assim organizados, são repetidos em função de interesses governamentais e mercadológi

Vacilação

O inesperado, quando acontece, exige comportamento não programado, comportamento espontâneo. Havendo disponibilidade e coerência as reações são instantâneas e contextualizadas. Quando o indivíduo está posicionado em metas, mágoas e frustrações, o que ocorre inesperadamente é vivenciado como golpe, mesmo quando traz boas novas como acontece em alguns ganhos inesperados de loterias ou heranças: surge vacilação e insegurança, não se consegue entender ou responder ao que está acontecendo. Isto cria dificuldades, obriga a realização de avaliações, utilização de critérios práticos, mecanismos que estabeleçam referenciais seguros. Toda vivência de vacilação é também vivência de insegurança, é sentir-se despreparado para o que está acontecendo. Os sentimentos de impotência e incapacidade são os estruturantes da insegurança. Não se sabe como reagir, tampouco se sabe se as atitudes e comportamentos têm sido adequados e úteis. Adequação e utilidade são os acessos para as circunstâncias.

Dilema

Estar diante de dois problemas, necessidades ou caminhos excludentes gera vacilações e dilemas. Desejar, simultaneamente, situações ou afetos que se excluem, que são opostos cria tensões quando não são aceitos, geram irritabilidade, ansiedade e desespero. Frequentemente, os consultórios psicoterápicos são procurados por pessoas que desejam realizar as próprias vontades, mas que constatam como as mesmas destoam das regras familiares e sociais, e tentam conseguir situações onde as aparências sejam mantidas. Inicialmente se consegue estes esconderijos estratégicos, mas de repente tudo fica comprometido: descobertas na traição ao melhor amigo, que também é sócio na empresa, por exemplo, a respeitabilidade e o negócio são atingidos. Abrir mão do relacionamento, impossível. Desistir da sociedade, impensável. O dilema se instala, a ansiedade é constante e após muito desespero, se procura tratamento psicoterápico. Percebendo que o sintoma - o dilema - é apenas um deslocamento de não acei